Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Tao te king

O tempo e o vento

Imagem
 Já dizia o poeta: " Não há nada como o tempo para passar ". " Tempo Rei, oh, tempo Rei ...  ensinai-me o que eu ainda não sei "... cantava Gil . " Uma árvore difícil de abraçar nasceu apenas de uma semente ", diz o Tao Te King. Os cuidados e o tempo permitem que ela se expanda e se materialize.  Da mesma forma, eu, ao passar por vilas e construções antigas à beira da estrada, imaginava que naqueles interiores, o tempo passa mais devagar. A vida parece ser mais vagarosa na roça. Ou na beira-mar, diria Caymmi.  Assim, me permitia imaginar que outros povos, mais avançados que nós, com seus trem-balas high-techs, podem já estar décadas ou Séculos à nossa frente. Será mesmo o tempo relativo? No início da Década de 90, ouvi pela primeira vez a palavra "impeachment". Era o Governo Collor, que, acuado por denúncias, fazia uso de camisetas para mandar seus recados políticos. Uma que ficou famosa na época dizia "O tempo é o senhor da razão".   E...

Rosa. A imortalidade e a vida.

Imagem
" As pessoas não morrem, ficam encantadas ". Esta frase, dita por Guimarães Rosa em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, há mais de 50 anos, ainda nos faz pensar sobre a vida e a morte.  Então, busco aqui algumas afirmações do próprio Rosa e da filosofia chinesa, sobre a vida e a morte. " Viver é um descuido prosseguido ", escreveu Rosa. (1)  Em "Os Analectos" diz: " Confúcio, ao ser interrogado certa vez sobre a imortalidade da alma, respondeu: Se não compreendo a vida como compreenderei a morte? " (2)  " Os fortes não podem dominar sua morte: considero este o pai dos ensinamentos " (3). Em outra tradução do Tao te King, este trecho do poema 42 é escrito assim: " Nem os fortes nem os violentos morrem em seu leito. Utiliza este pensamento para seguir o caminho ". (4)  Ainda em seu discurso na ABL, Rosa diz: " Mas - o que é um pormenor de ausência. Faz diferença? “Choras os que não devias chorar. O homem...

Rosa. Um sábio chinês das geraes?

Imagem
 O I Ching ou livro das Mutações é considerado um clássico da cultura chinesa. Sua origem remonta a cânticos transmitidos pela tradição oral por várias gerações, como a "síntese" de seu conhecimento e valores. Em 500 a.C. ele já era chamado de "milenar". Então, não é nenhum exagero dizer que ele tenha pelo menos 3 mil anos. É considerado como a base das duas principais filosofias chinesas, o taoísmo e o confucionismo. Basicamente, são 8 conjuntos de 3 linhas, sejam elas inteiras ou separadas, firmes ou maleáveis, que, combinados entre si, geram 64 "situações arquetípicas". Ex.: Céu sobre Céu, é o hexagrama do "Criativo". Terra sobre terra, é o hexagrama do "Receptivo". No Criativo, a energia yang, do céu, do masculino; no Receptivo, a energia yin, da terra, do feminino. Mais do que apenas um "instrumento divinatório", o I Ching permite meditar e refletir sobre estas interações entre os elementos. No Hexagrama 6, "Conflito...