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Minha frustrada carreira de piloto

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 Final dos Anos 70, eu morava em Ribeirão Preto. Na época, eu ouvia falar no colégio, que o grande barato eram as corridas de gordinis preparados, que aconteciam nas fazendas da região, em meio às estradas de terra dos canaviais. Meu sonho era pilotar um destes carrinhos (que já não eram fabricados há mais de 10 anos). Não presenciei nenhuma das corridas. Apenas imaginava como seriam divertidas. Coisas de adolescente dos anos 70. Ainda menor de idade e sem pai rico que pudesse bancar tais aventuras. Depois, já nos anos 80, com carteira de motorista e tudo, queria trocar a moto que eu tinha por uma estilo cross para participar da então recém lançada "Copa DT-180" (nisso eu já estava fazendo faculdade no DF). Ao propor ao meu pai vender a minha moto para comprar uma DT e correr, ele foi direto e claro: "se você fizer isso, eu lhe interno em um hospício".  Foi assim que minha carreira de piloto não aconteceu. Até acho que não faria feio.

Livros, jornalistas e gurus

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Teve um guru indiano que fez muito sucesso nos anos 80/90. Ele simplesmente criou uma doutrina que "legitimava o prazer". Sem culpas, sem estresse. As seguidoras dele eram ótimas para se paquerar. Sem cobranças, só na good vibe . Talvez isso tenha me motivado a tentar ler um de seus livros mais famosos. Desde garoto, sempre gostei de ler. Lia tudo, até bula de remédio. Uma vez, vendo o meu interesse pela leitura, meu pai me mostrou um livro, e recomendou a sua leitura. Comecei, mas não consegui avançar. Deixei de lado e fui ler outra coisa. Meu pai percebeu e perguntou: "Já leu aquele livro? Ou desistiu?". Confirmei que tinha desistido. Daí, ele me explicou o motivo da indicação: "Este é o livro mais chato que eu já vi na vida, desgraça atrás de desgraça, só queria ver se você aguentaria ler". Mas, voltando ao livro do tal guru indiano. Também não conseguia ler. Não passava da terceira página. Insisti, tentava de novo... e travava. Até que consegui identif...

Penso. Logo, existo

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 Por quê escrever? Pra quê fazer um blog? Periodicamente me faço estas perguntas. A primeira resposta, mais óbvia, é porque sei escrever. Se não soubesse, seria mais difícil, né? A segunda, já um pouco mais reflexiva, é para registrar momentos "importantes". Para compartilhar, desabafar, nem que seja dificuldades e desafios, foi assim quando fiz o Blog sobre a construção da minha casa.  http://ffrajola-minhacasaecolgica.blogspot.com/ Uma terceira motivação foi marcar a passagem do tempo. Uma espécie de "balanço" ou das experiências que nos fizeram nos tornar quem somos hoje. (Ok, confesso, perceber a idade chegando nos assusta e amedronta). Foi assim que surgiu o Blog que anunciava a chegada dos meus 50 anos.  https://50tinhacontos.blogspot.com/ E então, chego ao momento presente. 2020 não está sendo um ano fácil. Mais recluso, mais introspectivo, e ao mesmo tempo, amedrontador. A finitude da vida nos é revelada cada vez que precisamos sair de casa e na porta, volta...

Nós, Candangos sobreviventes

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Soube do falecimento de um amigo das antigas. Lá dos anos 80, quando a gente via Cassia Eller tocar no Bom Demais, com cerveja barata e sem pagar ingresso. Dos fins de semana, que todo mundo ia ao Beirute para saber "qual festa" estava rolando na cidade. E íamos todos. Eram ótimas estas festas. Liberadas, era só chegar. Fosse no Lago, no Park Way ou mesmo na casa de um Deputado que morava ali perto. Outros tempos. Era um país que deixava para trás os anos da Ditadura Militar e vivia novos tempos, de comemorações, de alegrias compartilhadas. A melhor definição que vi no facebook sobre o falecido foi que o filme "La Dolce Vita" teria sido inspirado nele. Sim, ele era onipresente em todas as festas, bares ou boates. Conhecia e era conhecido por todo mundo. Era gentil, culto e sofisticado. Disseram. Mas, nem tudo são flores. A mesma amiga que relatou no FB a partida dele, dizia "sentir muito, apesar de que ele estava estranho nos últimos tempos, talvez por causa da...