Tradição por tradição, qual a sua escolha?
Vi uma notícia na internet, cujo título dizia:
"Após revelação, pastora arruma segunda esposa para marido e forma um trisal gospel".
Em resumo, uma Pastora Evangélica está doente, teve uma "revelação" de que irá morrer ainda este ano e cuidou de providenciar uma nova esposa para o marido, também Pastor Evangélico.
(O link para a matéria está aqui https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/apos-revelacao-pastora-arruma-segunda-esposa-para-marido-e-forma-um-trisal-gospel/ )
Claro que houve quem gostou e quem não gostou da "atitude" da Pastora em, ela própria, "escolher a nova esposa" para o seu marido. Não entro no "mérito" da questão. Mas, o que talvez nem eles saibam (no caso, o casal ou trisal), tem um livro mais antigo que a Bíblia que recomenda e até "elogia" tal atitude, trata-se do I Ching, o milenar livro da cultura chinesa.
O I Ching era repassado de geração em geração através da tradição oral, em cânticos, que, por volta de 500 a.C, já era considerado um "livro milenar". É considerado "a base" tanto do Taoísmo quanto do Confucionismo, as duas principais tradições filosóficas originárias da China. Então, tradição por tradição, temos aqui um livro para citar, pelo menos 1.500 anos mais "tradicional" que a Bíblia.
Ele diz no Hexagrama 53 Kuei Mei/A Jovem que se casa, que descreve uma jovem que segue um homem mais velho -e casa-se com ele.
"Na China, a monogamia era a norma vigente. Cada homem tinha uma só esposa oficial. Esse casamento, atribuição mais das famílias do que dos próprios participantes, realizava-se seguindo rigorosamente as formalidades prescritas. Porém, o marido conservava o direito de seguir suas inclinações pessoais. Era, inclusive, considerado um gentilíssimo dever de uma boa esposa ajudá-lo nesse sentido. Deste modo se desenvolvia um relacionamento belo e aberto. A jovem que ingressa na família pela escolha do marido se subordina modestamente à dona da casa, como se fora uma irmã mais moça. Trata-se, é claro, de uma questão muito difícil e delicada, que requer um extremo tato de ambas as partes". *
Daí, fico com algumas dúvidas. Os sábios chineses estavam alguns milênios na nossa frente? A tal "revelação" que a Pastora Evangélica teve, terá sido após consultar o I Ching?
De qualquer forma, recomendo a leitura do oráculo chinês, bem mais divertido que seus similares ocidentais. (Eu acho).
*(I Ching, o Livro das Mutações, Ed. Pensamento, Edição 9, 1988. Página 167)
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